“A transmutação é o fundamento geral e universal do mundo…. Trabalhar na transmutação, na transformação, na metamorfose, é obra própria nossa".
Herberto Helder
O curso tem por objectivo captar o interesse dos alunos e do público para a dimensão músico-literária das diferentes narrativas, criando uma alternativa e um complemento original à tradicional análise literária. Para isso, oferece um conjunto de ferramentas de exploração músico-literária que, constituindo um veículo educacional contemporâneo e alternativo, irá permitir alargar o espectro sensorial e cultural dos participantes, tornando-os mais receptivos a linguagens outras e a diferentes percepções do material explorado.
Lou Reed, Laurie Anderson, Diamanda Galás, John Zorn, Edgar Allan Poe, Paul Bowles, entre outros. O curso tem suporte audio-visual. Data: 16-20 de Junho; 23-25 de Junho [17h-20h] | 26 de Junho [16h20h]. Inscrições até 2 de Junho. Local: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Organização:CEAUL (Centro de Estudos Anglísticos da U de Lisboa)
Ruy
Belo nasceu em S. João da Ribeira, pequena aldeia do concelho de Rio Maior, em
1933. Foi aluno do liceu de Santarém e cursou Direito, primeiro na Universidade
de Coimbra, depois na Universidade de Lisboa, onde se diplomou em 1956. De
partida para Roma, doutorou-se em Direito Canónico na Universidade de S. Tomás
de Aquino. Em Lisboa, viria a frequentar também a Faculdade de Letras,
terminando em 1967 a licenciatura em Filologia Românica. Além de actividade no
domínio editorial, Ruy Belo foi também professor. Leitor na Universidade de
Madrid desde 1971, regressou ao país em 1977, vindo a falecer de modo súbito no
ano seguinte.
Nome
de destaque na poesia portuguesa contemporânea, exerceu igualmente intensa
actividade deensaísta e crítico
literário. Da sua obra poética fazem parte Aquele Grande Rio Eufrates
(1961), Boca Bilingue (1966), Despeço-me da Terra da Alegria
(1977).
A
Obra Poética de Ruy Belo encontra-se reunida em dois volumes publicados
pela Editorial Presença, com organização e comentários de Joaquim Manuel
Magalhães. Os livros do poeta estão a ser reeditados pela mesma editora. Um
volume único com toda a obra poética, significativamente intitulado Todos os
Poemas, foi ainda recentemente dado à estampa pelo Círculo de Leitores
(2000) e pela Assírio & Alvim (2001). Instituto Camões
Este dia foi criado em 1981 pela Direcção Geral de Energia, com o intuito de sensibilizar as pessoas e líderes mundiais para a grande necessidade de poupar a energia, optando por energias renováveis e mais amigas do ambiente.
A produção e utilização da energia contribui para o efeito de estufa, pelo que é urgente aplicar uma política energética mais eficaz, sustentável e segura.
Categoria Cadete Consulta o site, http://www.mat.uc.pt/canguru/ e sabe qual a tua posição a nível nacional. Participaram 3 alunos na Categoria Benjamim, 6 na Categoria Cadete, e 13 na Categoria Júnior.
"ARapariga Inglesa" é o novo romance do norte-americano Daniel Silva, que mais uma vez apresenta uma história com o seu protagonista preferido, o espião e restaurador de arte, Gabriel Allon.
O livro, uma edição Bertrand, está disponível, desde o dia 2 maio, nas livrarias.
Foi publicado hoje em Diário da República o Despacho de Organização do Ano Letivo 2014/2015. O anúncio foi feito pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) ao final da manhã.
LisboaFeira do Livro com novos pavilhões e "Picnic Literário"
A 84.ª Feira do Livro de Lisboa funcionará, de segunda a quinta-feira, das 12:30 às 23:00, às sextas-feiras e na véspera de feriados, das 12:30 às 24:00, ao sábado, das 11:00 às 24:00 e, aos domingos e feriados das 11:00h. às 23:00h.
Como em 2013, haverá uma "happy hour", a decorrer de segunda a quinta-feira, das 22:30 às 23:00, durante a qual as obras com mais de 18 meses de preço fixo estarão sujeitas a descontos de 50%.
A Escola participou ativamente, no dia 13 de maio de 2014, na Feira de Orientação
Escolar e Profissional, promovida pelo projeto "Fazer a Ponte", nas instalações da
Junta de Freguesia de Alcântara.
Alunos e professores deram a conhecer a oferta formativa da escola aos inúmeros visitantes que passaram pelo nosso expositor, onde puderam ver alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos dos vários cursos.
Desenvolvimento 3D (3D development): César Figueiredo
Desenvolvido para (developed for): Documentário "Fundeadouro Romano em Olisipo" (O Porto de Lisboa em Época Romana). Um documentário de Raul Losada. "Roman Anchorage in Olisipo" (The Port of Lisbon in Roman Times). A documentary by Raul Losada.
Co-produção (Co-production): ERA Arqueologia e Portugal Romano Apoio (Support): Administração do Porto de Lisboa
Agradecimentos (Gratefulness): Raul Losada e Portugal Romano
Audio Kevin MacLeod
"All This" Kevin MacLeod (incompetech.com) Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0
Através da leitura deste livro, que se encontra na nossa Biblioteca, vai ser mais fácil compreender a Epopeia "Os Lusíadas".
Título: "Os Lusíadas Contadops ás Crianças e Lembrados ao Povo"
Adaptação: João de Barros
Ilustrador: Martins Barata
Editora: Sà da Costa
"Era uma vez um povo de marinheiros e de heróis, o povo português, o nosso povo, que já lá vão muitos anos — mais de quatrocentos — quis descobrir o caminho marítimo para a Índia. A Índia aparecia então, aos olhos de todos os Europeus, como terra de esplendor e de riqueza, que todos os homens desejavam, mas onde era difícil, quase impossível chegar. Só a coragem e a audácia dos Portugueses seria capaz da proeza heroica! Assim inicia João de Barros a sua adaptação em prosa de Os Lusíadas, o poema épico português. Nesta obra, o autor condensa e simplifica a leitura dessa joia da literatura nacional, tornando-a acessível a um público mais jovem, mas interessado em conhecer a sua História e as suas Origens."
IX Festival Internacional Máscara Ibérica (FIMI) começou hoje, em Lisboa, e estende-se até domingo, para divulgar a cultura presente em várias regiões de Portugal e Espanha, disseram à agência Lusa os organizadores do projeto.
"A máscara acontece em várias culturas, em vários povos, em vários continentes. (...) Um evento que ande em torno da máscara e que revele tudo aquilo que são as várias identidades das regiões que participam neste festival é muito importante para a cidade de Lisboa" devido à "carga distintiva" que apresenta, disse o presidente do conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), Miguel Honrado.O responsável falava hoje no Rossio, em Lisboa, à margem da apresentação à imprensa da nona edição do FIMI.O objetivo desta iniciativa é "trazer a Lisboa um evento que tenha essa carga de atratividade" e assim "contribuir para a notoriedade da cidade, a nível da cultura da máscara", acrescentou o dirigente da EGEAC.O FIMI é organizado por aquela empresa municipal, juntamente com a Progestur, associação sem fins lucrativos que trabalha na afirmação e valorização da identidade cultural, e reúne na baixa lisboeta uma mostra de regiões espanholas e portuguesas, ao nível da gastronomia, dos vinhos ibéricos e do artesanato. A estes acrescem a animação de rua e os concertos das bandas Skama la Rede e Kepa Junquera.O presidente da Progestur, Hélder Ferreira, afirmou à Lusa que "Lisboa é neste momento, em termos turísticos, umas das cidades que está na moda", o que se torna crucial para receber "eventos de grande identidade" onde as raízes dos dois países estão presentes.
Rodrigo Leão, de seu nome completo Rodrigo Costa Leão Muñoz Miguez, é um músico e compositor português. Nasceu em Lisboa, em 1964. Tornou-se conhecido nas bandas Sétima Legião e Madredeus.
Livros "Diário de Paris" de Aquilino Ribeiro regressa às livrarias
A obra, que foi editada pela primeira vez em 1934, é "um retrato pessoal e íntimo de Aquilino Ribeiro sobre um dos mais importantes acontecimentos da História mundial recente", afirma a editora em comunicado.
No prefácio, o escritor Mário Cláudio chama à atenção para o facto de que "o diarista não se coíbe de apontar a emergência de uma segunda e não menos catastrófica conflagração", como veio a acontecer em 1939.
"O que sobreleva do discurso [de Aquilino] será o veto pessoal a tudo quanto, redundando na perversidade dos descendentes de Caim e Abel, promove 'muita miséria, morticínios, violências e as infalíveis depredações'. Não escondendo uma certa inclinação política para uma Alemanha que sairia do tratado de Versalhes como um desses 'vencidos a que deixaram os olhos para poder chorar', Aquilino não regateia a simpatia intelectual por uma França que continua a taxar de 'nação adorável, ainda mais vista de longe que intramuros, cheia de encantos físicos, harmonizadora da vida, reguladora da arte'".
Literatura'Pequeno livro das coisas' recebe Prémio Bissaya Barreto
O livro de poemas 'Pequeno livro das coisas', de João Pedro Mésseder, ilustrado por Raquel Caiano, venceu o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2014, anunciou a fundação que o atribui.
Publicado em 2012, o livro reúne pequenos poemas sobre "objetos triviais do quotidiano", escritos de uma forma que "desafia o jovem leitor/ouvinte para a contemplação do mundo", justifica o júri.
PUB
O prémio, bienal, foi atribuído por unanimidade aos dois autores por uma obra que convoca "todo o potencial imaginativo da criança", sendo recomendado para leitores dos seis aos doze anos.
Verdadeiro ícone de Paris e de França, a Torre Eiffel, grande “dama de ferro”, domina a cidade-luz . Foi em 1889 que Paris inaugurou a Torre Eiffel como arco de entrada para a Exposição Universal. Localizada no Champ de Mars, a Torre Eiffel é um dos monumentos mais emblemáticos do mundo.
A "Dama de Ferro", símbolo de Paris e de França, ergue-se em 324 metros de ferro que lhe garantiram o título de edifício mais alto do mundo até 1930.
Em 2005, ficou decidido em Luanda, Angola, que o dia 5 de Maio seria o Dia da Língua Portuguesa, mas a data só foi oficializada em Junho de 2009, em Cabo Verde, quando os países que pertencem à Comunidade se reuniram e chegaram a acordo no XIV Conselho de Ministros da CPLP.
O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é celebrado nos oito países membros da comunidade lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Actualmente, a língua portuguesa é considerada a sexta língua mais falada no mundo, destacando-se internacionalmente não apenas no âmbito cultural e político, mas também económico.
Tudo porque já não sou o menino adormecido no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? - às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz: Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
in «Os Amantes Sem Dinheiro» (1950) Eugénio de Andrade
Quando voltar ao Alentejo as cigarras já terão morrido. Passaram o verão todo a transformar a luz em canto - não sei de destino mais glorioso. Quem lá encontraremos, pela certa, são aquelas mulheres envolvidas na sombra dos seus lutos, como se a terra lhes tivesse morrido e para todo o sempre se quedassem órfãs. Não as veremos apenas em Barrancos ou em Castro Laboreiro, elas estão em toda a parte onde nasce o sol: em Cória ou Catânia, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchats ou Beni Mellal, porque elas são as mães. O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua; a minha, se não tivesse morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E o que elas duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se o não forem, são pelo menos incorruptíveis como se participassem da natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Às vezes, encostam-se à cal dos muros a ver passar os dias, roendo uma côdea ou fazendo uns carapins para o último dos netos, as entranhas abertas nas palavras que vão trocando entre si; outras vezes caminham por quelhas e quelhas de pedra solta, batem a um postigo, pedem lume, umas pedrinhas de sal, agradecem pelas almas de quem lá têm, voltam ao calor animal da casa, aquecem um migalho de café, regam as sardinheiras, depois de varrerem o terreiro. Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz. Mas também as podes ver seguindo por lentas veredas de sombra, as pernas pouco ajudando a vontade, atrás de uma ou duas cabras, com restos de garbo na cabeça levantada, apesar das tetas mirradas. Como encontrarão descanso nos caminhos do mundo? Não há ninguém que as não tenha visto com umas contas nas mãos engelhadas rezando pelos seus defuntos, rogando pragas a uma vizinha que plantou à roda do curral mais três pés de couve do que ela, regressando da fonte amaldiçoando os anos que já não podem com o cântaro, ou debaixo de uma oliveira roubando alguma azeitona para retalhar. E cheiram a migas de alho, a ranço, a aguardente, mas também a poejos colhidos nas represas, a manjerico quando é pelo S. João. E aos domingos lavam a cara e mudam de roupa, e vão buscar à arca um lenço de seda preta, que também põem nos enterros. E vede como, ao abrir, a arca cheira a alfazema! Algumas ainda cuidam das sécias que levam aos cemitérios ou vendem pelas termas, juntamente com um punhado de maçãs amadurecidas no aroma dos fenos. E conheço uma que passa as horas vigiando as traquinices de um garoto que tem na testa uma estrelinha de cabrito montês - e que só ela vê, só ela vê.
Elas são as Mães, ignorantes da morte mas certas da sua ressurreição.
in "Vertentes do olhar" (1987)
Eugénio de Andrade
Para SemprePor que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra — mistério profundo — de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho. Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
Canção de Embalar
Dorme meu menino a estrela d'alva Já a procurei e não a vi Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será pra ti ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô (bis) Outra que eu souber na noite escura Sobre o teu sorriso de encantar Ouvirás cantando nas alturas Trovas e cantigas de embalar Trovas e cantigas muito belas Afina a garganta meu cantor Quando a luz se apaga nas janelas Perde a estrela d'alva o seu fulgor Perde a estrela d'alva pequenina Se outra não vier para a render Dorme "quinda" à noite é uma menina Deixa-a vir também adormecer