quarta-feira, 31 de março de 2021

Em plena "Semana da Leitura", na Comunidade de Leitores, "As Voltas dos Livros", encontrámos "Duas Naturezas?"





Que maravilha de encontro, em linha, em rede, ministrado pelo Professor de filosofia e escritor, Jerónimo Nogueira.
Em plena Semana da Leitura, eis o momento ideal que nos incentivou ao reforço e à extraordinária reflexão sobre o lugar capital que a leitura ocupa na formação dos nossos jovens.

Depois da leitura comparativa dos excertos de duas narrativas magistrais: O Papalagui de Tuiavii de Tiavéa e a "Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos Estados Unidos",  mais uma vez, sem nos surpreender,  o  nosso orador convidou, a comunidade educativa, a refletir sobre o caminho, dito de progresso, que o Homem traçou para a sua vida.
Será este o caminho da felicidade? A interdependência que o Homem, nos primórdios, criou com a Natureza, está em risco de desaparecer? O que vai acontecer ao Homem, ao mundo? É isto o que apelidamos de civilização?

Portanto, neste marcante momento de ler para aprender e ler para pensar, deixamos-lhe um sentido e especial agradecimento.

Deixamos, também,  uma saudação grata para todos os que querem transformar a Escola (com E) maiúsculo num espaço mais feliz, onde a colaboração, a inovação e a inclusão favorecem quer a multiplicidade de saberes e competências, quer o carácter mais humanista da formação dos alunos.

Em tempos muito rápidos de grandes mudanças, a leitura , mais do que nunca, permite o rasgo para outros olhares, realidades e a novas formas de viver, ler e sentir o mundo.

Continuemos, pois a ler, em silêncio, em voz alta, sós ou acompanhados., nunca esquecendo que ao lermos, somos, sempre, mais fortes. Mais, ao lermos, somos  mais autónomos e, sobretudo, mais livres.
Em suma, ao lermos, humanizamos,  criamos escolas mais felizes e criamos, seguramente, mais  futuro para todos nós.
                   
 Queremos+ leitores! Juntem-se a nós!

                                                                                               

                                                                                                                 Maria João Martins

Admiração, estima e gratidão profundas, pela sua memorável ACD, Mestre Paula Teles!


Dia 6 de março de 2021.
Que manhã de sábado luminosa!
Que vontade de ajudar quem mais precisa!
Que vontade de criar escolas felizes!

 Foi um começo de um fim de semana maravilhoso...

O norte, o sul e as ilhas ficaram unidos quer pelas suas palavras sábias, quer pelo exemplo da sua nobre missão. 
Desde o início, a sua simpatia e entusiasmo ímpares causaram um envolvimento imediato de todos os presentes. 
De facto, para além do contacto com o seu método fonomínico de leitura, cuja eficácia é incontornável, todos os presentes ficaram contagiados pela forma apaixonada  com que cada palavra transbordante de emoção robusteceu a obra indestrutível, fruto de um sonho grandioso.
Pensar largo, "ver" muito para além dos olhos e do tempo, numa dádiva constante de devolver sorrisos e autoestima a quem os perdeu, é algo verdadeiramente sublime, pois a leitura é a competência capital que faculta o maior poder do Homem, ou seja, o seu conhecimento, a sua autonomia e a sua infinita liberdade. 
Quem lê, vê melhor, voa mais alto e é mais feliz... 
Criando sinergias, criamos Escolas mais  felizes, logo, um país, e um mundo mais promissores. 
Bem - haja! 
Um abraço muito grato, com enorme admiração e ternura, do grande grupo da "Humaniza+ação",

                                                           
                                                 Maria João Martins



A Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos Estados Unidos

 


Carta do Chefe Seattle



“O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Há uma ligação em tudo.”
No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra “reserva”.
O texto da resposta do Chefe Seatlle, tem sido considerado, através dos tempos, um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.

E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro – o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.

Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.

Onde está o arvoredo? Desapareceu.

Onde está a águia? Desapareceu.

É o final da vida e o início da sobrevivência.

                                                    A Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos Estados Unidos

 Fonte:CETEBS Companhia Ambiental do Estado de S. Paulo (blogue)


terça-feira, 23 de março de 2021

Celebremos o "Dia Mundial da Água" , 22 de março!


Esta data tem a finalidade de alertar as populações e os governos para a urgente necessidade quer da preservação, quer da poupança deste recurso natural tão precioso.


"You Must Be Kidding"

Will Butler, músico da banda Arcade Fire 


"Águas de Março"

Interpretada por Elis Regina e Tom Jobim.




"Tenho sede"

Um dos sucessos de Gilberto Gil, interpretado por outro grande músico brasileiro, Dominguinhos.




                                               para além dos olhos....

Todos os dias, "MULHERES"!

 

Não visionar ...

                               é proíbido...!






Gratidão da Escola Secundária Fonseca de Lisboa, para a Escola Secundária da Boa Nova de Leça da Palmeira, no dia Mundial da Poesia.



Intercâmbio literário entre escolas parceiras

A partilha beneficia as várias comunidades educativas.

Humanizando, criamos um todo volumoso, pleno de sentido.

Dia Mundial da Poesia 2021


21 de março

 

“A poesia é um diálogo com o Universo”

                                                                         António Ramos Rosa

 

O poema
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá
Às searas


Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen. Livro Sexto.



Obrigada, Professora Isabel Gomes Ferreira, pela sua bonita seleção.

domingo, 21 de março de 2021

No dia Mundial da Poesia, louvemos o maior dramaturgo do séc. XX, Bernardo Santareno, durante as comemorações do centenário do seu nascimento.

 



Contas para um Rosário Negro



As minhas mãos e as tuas,
ansiosas de amor,
venceram a distância:
Fizeram-se nuvens livres
com longos dedos de brisa,
cruzaram oceanos
e... quase chegaram,
quase se tiveram!...

Uma lágrima tua,
uma só,
as separou.


Poema Contas para um Rosário Negro, de Bernardo Santareno




Biografia


Bernardo Santareno é o pseudónimo literário de António Martinho do Rosário. Nasceu em Santarém a 18 de Novembro de 1920 e faleceu em Lisboa a 29 de Agosto de 1980. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra.

Exerceu medicina, Psiquiatria, que conciliou, durante anos, com a escrita. Começou por escrever poemas, mas foi no teatro que se notabilizou, tendo alcançado, desde a sua estreia nos anos sessenta, um papel de primeiro plano no teatro português. É considerado o mais importante dramaturgo português do séc. XX.


"Entre registos realistas, de tonalidade mais naturalista ou com traços épicos, a sua escrita foi essencialmente de denúncia, atenta à realidade do país e visando uma consciência social, o que lhe valeu a proibição de algumas das suas peças e a perseguição pelo regime salazarista." (1)


Da sua obra publicada constam livros de poesia: A morte na raiz (1954), Romance do mar (1955) e Os olhos da víbora (1957); textos de/para teatro: 1957: Teatro: Vol. I: A promessa, O bailarino, A excomungada, 1959a: O crime da Aldeia Velha, 1959b: O Lugre, 1960: António Marinheiro (o Édipo de Alfama), 1961a: Os anjos e o sangue, 1961b: O duelo, 1961c: O pecado de João Agonia | Irmã Natividade, 1962: Anunciação,1966: O Judeu, 1968: O inferno, 1969: A traição do Padre Martinho, 1974: Português, escritor, 45 anos de idade, 1974: Os vendedores de esperança, 1974: A guerra santa e O milagre das lágrimas, 1974: O Senhor Silva (renomeado primeiro Na berma da estrada e, mais tarde, Monsanto, 1979: Os marginais e a revolução: Restos, A confissão, Monsanto, Vida breve em três fotografias, 1980: O punho.


A sua obra está reunida em: SANTARENO, Bernardo (1984-1987). Obras completas (org. Luiz Francisco Rebello). Lisboa: Caminho, 4 volumes.




No dia Mundial da Poesia...


Louvemos todos os poetas que, através das palavras, aveludam o nosso "mundo"...



para além dos olhos...




sábado, 20 de março de 2021

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE



 

Hoje, 20 de março é o Dia Internacional da Felicidade

 

A felicidade é um direito e uma finalidade humana fundamental

ESCOLAS + FELIZES...

PAÍS MAIS + FELIZ...

MUNDO + FELIZ 

para além dos olhos...




A Escola deve promover e valorizar a importância da felicidade e do bem-estar para a vida das pessoas, cumprindo a Agenda 2030 por meio dos ODS 3 “Saúde de qualidade” e o 4 “Educação de Qualidade”.

O respeito, a partilha,  a cooperação e a solidariedade são pilares fundamentais na construção de um mundo mais pacífico e sustentável.

terça-feira, 16 de março de 2021

Festa da Francofonia








A Francofonia mantém-nos juntos!

Tradicionalmente, a Festa da Francofonia é celebrada em Portugal, em março, com um grande evento presencial combinando espetáculos aos vivos com degustações gastronómicas e uma aldeia francófona. Esta Festa leva-nos a explorar os quatro cantos do mundo, sem sair de Portugal, partilhando experiências e descobrindo as riquezas dos países francófonos, visando mostrar a diversidade cultural da Francofonia e celebrar em conjunto os valores universais da democracia, educação, tolerância, abertura ao outro, solidariedade e partilha de uma língua.

Em 2021, a Festa adaptou-se, uma vez mais, às circunstâncias atuais, querendo sempre levar o melhor da Francofonia a todos os portugueses. Assim, 11 países (Andorra, Bélgica, Canadá, Costa do Marfim, Egito, França, Luxemburgo, Marrocos, Roménia, Suíça e Tunísia), uniram-se para desenvolver um programa de eventos online e nos media, escolhendo por slogan “A Francofonia mantém-nos juntos!”.

Este ano, tratar-se-á, não de um evento de um só dia, mas sim, de um conjunto de ações “à distância” ao longo dos meses de março e abril.

Não vão querer deixar de acompanhar a criação de uma obra de arte urbana, nem de viajar virtualmente pelo mundo da Francofonia, seja pela gastronomia, música, literatura e tradições de cada um dos países.

Explore o site, mergulhe na Festa da Francofonia e descubra tudo o que esta tem para lhe oferecer.

Fonte: Institut Français

Durante a Semana da Leitura de 2021, encontro em linha entre Isabel Alçada& Ana Maria Magalhães

 


Fonte: Youtube

quinta-feira, 11 de março de 2021

Leitura, reflexão e muita criatividade na "Semana da Leitura"...

 


A Leitura do capítulo "O Papalagui nunca tem tempo" da obra O Papalagui"  de Tuiavii  de Tiavéa  marcou mesmo...

Muitos Parabéns, aos alunos do 9º A3, pelos vossos marcadores inspiradores...











para além dos olhos... 



quarta-feira, 10 de março de 2021

"A Semana da Leitura" chegou...


Hoje, dia 10 de março de 2021, das 13h.50 às 14h.50, realiza-se a "Comunidade de Leitores", "As Voltas dos Livros", animada pelo escritor Jerónimo Nogueira.

"A "Humaniza+ação" coloca, mais uma vez, a leitura no centro da Escola, com a proposta de duas narrativas: O Papalagui de Tuiavii de Tiavéa e A Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos Estados Unidos, que proporcionam, aos nossos alunos, a abertura a outros olhares, a novas realidades e a formas inimagináveis de viver e de sentir o mundo.




para além dos olhos...

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

No "Dia Internacional da Mulher", leiam esta carta maravilhosa". Quem a escreveu?

 

No "Dia Internacional da Mulher"

A  "Carta a Josefa, minha avó", uma  homenagem a todas as "Mulheres".

Aquelas que não viveram a vida que lhes era devida, mas, mesmo assim, nunca deixaram de sorrir.

O autor desta carta foi aluno da nossa escola e chama-se José Saramago


“Carta a Josefa, minha avó” (1968)


No ano de 1968, José Saramago publicou no jornal A Capital, de Lisboa, a crónica Carta a Josefa, minha avó. Anos mais tarde, ela seria publicada no livro Deste Mundo e do Outro. Abaixo segue a reprodução da página do jornal A Capital em que foi originalmente publicado o texto.


carta


Carta para Josefa, minha avó

"Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.

Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.

Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com  isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.(Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)

Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»

É isto que eu não entendo — mas a culpa não é tua."

                                                          José Saramago"


Fonte: Fundação José Saramago



sábado, 6 de março de 2021

Hoje, a Mestre Paula Teles, formadora da ACD "A Neurociência da Leitura - Ensinar a Ler com o Método Fonomínico Paula Teles (R)"

Bom dia! 

Que bom começo de fim de semana! 

Que manhã de sábado luminosa!

Que vontade de ajudar quem mais precisa…


Que vontade de criar escolas felizes

               

Estamos aqui, somos muitos, em rede: pais/encarregados de educação, professores de todas as áreas do conhecimento, professores bibliotecários, psicólogos, professores da educação especial, e muitos outros agentes educativo, de norte a sul e ilhas, deste cantinho à beira-mar plantado.



Uma saudação grata e especial, para todos aqueles que transformam a Escola  com "E" maiúsculo num espaço mais feliz, onde a colaboração, a inovação e a inclusão favorecem quer  a multiplicidade de saberes e competências, quer a vertente mais humanista da aprendizagem dos alunos.







Vamos conhecê-la um pouco melhor?


A Drª MARIA PAULA TELES é Psicóloga Educacional pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, ISPA.


Mestre em Psicologia Educacional é
Especialista em Psicologia da Educação e Especialista Avançada em Necessidades Educativas Especiais, reconhecidas pelo Colégio de Especialidade de Psicologia da Educação da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Formadora Certificada pelo Conselho Científico - Pedagógico da Formação Contínua, área e domínio B06 Educação Especial.
Tem Curso Superior de Educação pela Arte, Conservatório Nacional de Lisboa.
Curso do Magistério, Escola do Magistério Primário de Évora. Atividade Profissional:
É autora do MÉTODO FONOMÍMICO Paula Teles®, um método fónico-silábico e multissensorial de desenvolvimento das competências fonológicas, de ensino e reeducação da leitura e da escrita e tem sido usado, com muito sucesso, na reeducação de crianças disléxicas. O método foi elaborado com base nos resultados dos recentes estudos neurocientíficos sobre dislexia e na sua experiência profissional.


Coordena a Equipa de Psicólogos da Clínica de Dislexia - Dr.ª Paula Teles onde realiza avaliação cognitiva e psicoeducacional e intervenção neuropsicológica a crianças e jovens com Dislexia, Disortografia, Disgrafia e outras Perturbações do Desenvolvimento.
Desenvolveu a sua atividade profissional, como Professora e Psicóloga Educacional, nas Equipas de Apoio Educativo do Ministério da Educação. Complementou-a em clínica privada, fazendo avaliação, diagnóstico e intervenção reeducativa a crianças e jovens com Dislexia, Disortografia, Disgrafia e outras Perturbações do Desenvolvimento.
Os seus interesses de estudo, investigação e intervenção são o desenvolvimento das competências fonológicas e a sua relação com linguagem oral e escrita; a aprendizagem da leitura e da escrita; os processos neurocognitivos que se encontram na génese da dislexia e disortografia e o desenvolvimento de métodos de ensino que proporcionem um maior sucesso na aprendizagem da leitura e ortografia. Tem realizado diversos Cursos de Pós-graduação, Apresentações em Fóruns, Congressos, Conferências e Seminários em Portugal e no Estrangeiro.

Oradora no II Fórum Mundial de Dislexia, na Universidade Federal de Minas Gerais, promovido pela Unesco e pela Dyslexia Internacional. Membro da “International Dyslexia Association” e de outras associações científicas. Consultora do Centro de Desenvolvimento Diferenças, na área de Dislexia.

Fonte: texto da palestrante