"Na passada 3ª feira, dia 15 de maio p.p., no intervalo das 10h30m, tivemos, na BE da ESFB, mais um encontro para falar de poetas e de poesia.
Desta vez, coube-me preparar uma pequena intervenção e declamar algumas quadras do poeta algarvio António Aleixo, baseadas na sua obra “Este livro que vos deixo ”.
António Aleixo não foi um escritor erudito, pelo contrário, os seus estudos ficaram-se pela frequência da Escola Primária, contudo a participação nuns Jogos Forais, organizados pelo Ginásio Clube Farense, em que foi um dos premiados e onde conhece o Dr. Joaquim Magalhães, professor no Liceu de Faro e que vem a tornar-se seu grande amigo, projectaram-no para a ribalta e para o conhecimento da sua obra pela sociedade algarvia, vindo a privar com alguns dos maiores escritores e poetas nacionais nomeadamente Miguel Torga.
As suas obras de poesia e ensaios de peças de teatro popular ao estilo de Gil Vicente viriam a ser editados, graças aos esforços de recolha e compilação do Dr. Joaquim Magalhães, a quem por reconhecimento dedica uma das suas quadras.
Não há nenhum milionário
Que seja feliz como eu:
Tenho como secretário
Um professor de Liceu.
António Aleixo é, na boa tradição popular portuguesa, um poeta repentista. As suas quadras e sextilhas surgem da sua experiência de vida e da observação perspicaz do quotidiano. O poeta, ao longo da sua curta vida, morre de tuberculose aos quarenta e nove anos. Foi guardador de cabras, tecelão, polícia, imigrante em França, cantor em feiras e romarias e vendedor de lotaria, razão pelo qual também era conhecido como o poeta “cauteleiro”. A sua sátira irónica e, por vezes, mordaz continua atualizada nos nossos dias pelo que convido a todos os que possam ler estas simples linhas a leitura da obra do poeta compilada nos dois volumes de “Este livro que vos deixo…”.
Obrigado."
Prof. José Gregório
Estimado professor José Gregório, a equipa da BE agradece muito os minutos tão aprazíveis que nos ofertaste.
para além dos olhos...