nasceu no dia 10 de Abril de 1924 em Vila Nogueira de Azeitão e faleceu em Lisboa, a 7 de Fevereiro de 1952.
A nossa BE vai divulgar excertos do seu "Diário", cuja leitura recomendamos vivamente.
O "Diário"de Sebastião da Gama, publicado em 1958, representa um dos mais interessantes documentos testemunhais sobre a prática pedagógica.
Nesta magnífica obra, o autor narra as suas experiências extraordinárias de professor estagiário.
A sua alma singular atribuía uma relevância especial à felicidade dos alunos, numa entrega total, dentro e fora da sala de aula.
O que eu quero...
“O que eu quero principalmente é que vivam felizes”.
Não lhes disse talvez estas palavras, mas foi isto que eu quis dizer. No sumário, pus
assim: “Conversa amena com os rapazes”. E pedi, mais que tudo, uma coisa que costumo
pedir aos meus alunos: lealdade. Lealdade para comigo e lealdade de cada um para cada outro.
Lealdade não se limita a não enganar o professor ou companheiro: lealdade activa, que nos leva,
por exemplo, a contar abertamente os nossos pontos fracos ou a rir só quando temos vontade
(...) ou a não ajudar falsamente o companheiro.
“Não sou, junto de vós, mais do que um camarada um bocadinho mais velho. Sei
coisas que vocês não sabem do mesmo modo que vocês sabem coisas que eu não sei ou
já me esqueci. Estou aqui para ensinar umas e aprender outras. Ensinar não: falar
delas.(...)”.
Não acabei sem lhes fazer notar que “a aula é nossa”. Que a todos cabe o direito de
falar, desde que fale um de cada vez e não corte a palavra ao que está com ela.
Sebastião da Gama, Diário, Edições Ática
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