domingo, 12 de outubro de 2014
Quando eu morrer...
Quando eu morrer
na nudez da noite
ao som de trombetas tocando
silenciosos apelos à minha dor.
Quando eu deslizar
pelos caminhos iluminados de cristais
por entre os braços das nuvens
queima um a um estes poemas
numa fogueira de alma
como folhas a estalar de secura
nas mãos amarelas do Outono.
Queima-os que já são só morte
já não sibilam como flechas
a rasgar a consciência dos homens
a quebrar a monotonia inquieta
das goteiras de sangue
pelas veredas da cidade.
Não são mais do que os meus olhos
pesadamente debruçados sobre o mundo
nos ramos das árvores que se abraçam
como quem vai partir
e todavia não compra asas à imobilidade.
JReis - 1969
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário