ADEUS
Queria dizer-te – Adeus amor
e enterrar-te em mim
com um lençol bordado de poemas.
Queria dizer-te – Adeus amor
sombra silenciosamente diluída
no oceano dos ruídos imaginários
sem essa imagem desfocada
no fundo das tuas pupilas.
E não escrever a pulso este poema
Tangendo um filho recém-morto
Na planície dos fantasmas inocentes.
Queria ver antes do teu regaço
saltarem novas estrelas para o espaço
como faúlhas em fúria na fogueira.
Por isso esqueço (ou finjo que o faço)
dedos famintos
como sorrisos sufocados
à espera dos meus a noite inteira.
JReis
- 2002
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