quinta-feira, 5 de março de 2015

Deliciem-se, pois...



ADEUS

Queria dizer-te – Adeus amor
e enterrar-te em mim
com um lençol bordado de poemas.

Queria dizer-te – Adeus amor
sombra silenciosamente diluída
no oceano dos ruídos imaginários
sem essa imagem desfocada
no fundo das tuas pupilas.

E não escrever a pulso este poema
Tangendo um filho recém-morto
Na planície dos fantasmas inocentes.

Queria ver antes do teu regaço
saltarem novas estrelas para o espaço
como faúlhas em fúria na fogueira.

Por isso esqueço (ou finjo que o faço)
dedos  famintos como sorrisos sufocados
à espera dos meus a noite inteira.

JReis - 2002


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