A Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) e a
Sociedade Portuguesa de Hipertensão alertaram esta terça-feira que um
“sono insuficiente e desregrado” aumenta o risco de desenvolver
hipertensão arterial e de morrer por doença cardiovascular.
Na semana em que se assinala o Dia Mundial do Sono (18 março), as duas
organizações alertam a população para a importância do sono e para as
consequências nefastas da sua privação nos sistemas metabólico e
cardiovascular.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da APCMS e investigador do
Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, Miguel Meira e Cruz, explicou
que "o sono interfere com a função cardiovascular”.
“O sono interfere nestes mecanismos e ajuda a regular a função
cardiovascular, mas se não o temos de forma adequada também apoia o processo de
desestabilização destes mecanismo e o aumento da prevalência da hipertensão e
do risco cardiovascular global”, advertiu Meira e Cruz.
Esta posição é sustentada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de
Hipertensão, José Mesquita Bastos, afirmando que “a ausência de um sono com
qualidade é um risco cardiovascular acrescido e associa-se a um pior
prognóstico da hipertensão arterial, com consequente risco acrescido de enfarte
e acidente vascular cerebral”.
As organizações alertam que os jovens constituem uma população de risco.
Segundo um estudo divulgado pela APCMS, apenas cerca de 20% dos adolescentes
portugueses se aproximam do sono recomendado para o escalão etário (nove a dez
horas) e que 12,5% dormem menos de sete horas durante a semana.
Os mais de 350 adolescentes envolvidos no estudos, 91,1% dos quais obesos,
tinham “um sono claramente reduzido”, um “mau hábito” que abrange todos os
escalões etários, “com repercussões que, embora sejam distintas, na dependência
do período da vida que afetam, são sempre negativas”, frisou Meira Cruz.
Fonte: Agência Lusa
15 DE MARÇO DE 2016
15 DE MARÇO DE 2016
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