para além dos olhos...
domingo, 30 de dezembro de 2018
No dia 14 de dezembro, no último dia de aulas, na Biblioteca Escolar, tivemos um encontro intergeracional fabuloso.
Em defesa do "Cante Alentejano", enquanto Património Cultural Imaterial da Humanidade, a Biblioteca Escolar realizou uma festa para a sua divulgação
A participação do grupo "AlCante" constituiu um momento alto, na vida da nossa escola.
Temos muito orgulho no nosso aluno do 12º PE1, Pedro Fernandes, enquanto elemento mais jovem do grupo.
Um grande obrigada, ao AlCante!
para além dos olhos...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Conto de Natal
Nesta época festiva, apresentamos mais uma prenda…
um belo texto de uma aluna da nossa Escola (Ead).
Pauline Caroline
Texto de Laíse Pereira, 9A2
Era Natal. Nevava como não nevava há
bons anos — flocos brancos como penas de cisnes alvos desciam carregados pelo
vento até o solo gelado e duro. Eu vestia um suéter vermelho que doía aos
olhos, uma peça de roupa caçada de uma das minhas inúmeras malas de roupas de
inverno.
O parque estava movimentado. Era do
tipo que tinha estandes de comida abertos vinte e quatro horas por dia e apresentações
musicais a cada cinco. Crianças corriam para lá e para cá, adultos se
cumprimentavam e um Papai Noel falso sorria para as câmeras sempre que posava
para uma nova pessoa. Um cheiro de chocolate quente e pipoca pairava pelo ar —
definitivamente aquela era a imagem perfeita da festividade que todos adoravam.
Eu estava sentada, tomando um café
preto sem açúcar numa caneca que de tão quente queimava a ponta de meus dedos.
Esperava minha irmã mais nova, cujo nome era uma confusão de letras que meus pais
adoravam: Pauline Caroline. Eu a chamava de Line, é claro, um apelido de muita
mais fácil compreensão. Mas meus pais adoravam nomes antigos, como se
estivéssemos presos na era vitoriana, onde a Londres ainda era o centro da
economia mundial.
E então, eu a vi: correndo em minha
direção com os braços abertos, quase engolida por inteiro pelo seu casaco roxo,
as bochechas coradas, os olhos brilhando e a ponta do nariz rosada. Seu cabelo
castanho preso em uma trança lateral estava úmido graças aos flocos que
grudaram em seus fios cor de chocolate.
Pauline Caroline tinha doze anos, um
“acidente” de meus pais quando eu tinha três anos e quase completando quatro.
Com o passar do tempo se tornara quase uma sombra minha — me seguia para todos
os lados cantarolando canções de A
Pequena Sereia e com os cantos da boca sujos de chocolate. Éramos próximas
e a amava, embora, de vez em quando, gostasse de ter algo que os adolescentes
da nova geração chamam de “privacidade”.
— Olha o que o Papai Noel me deu! —
ela gritou quando chegou perto o bastante de mim, estendendo algo que parecia
ser um pequeno cavalo de madeira branca. — Não é bonito? Vou chamá-lo de Floco
de Neve!
Para crianças do século XXI, eu e
Pauline Caroline éramos mentalmente velhas — trocávamos tablets e computadores
por livros e velharias e vestiamos roupas que pareciam terem saído do armário
de nossa falecida avó, uma guerreira que lutara até o último instante contra o
cancro de mama.
Lembrar de nossa avó era uma tarefa
difícil — sentíamos tanta falta que chegar o peito doía. Mas o que ela mais
gostava era do natal e de cozinhar banquetes reforçados para a família inteira
— ela convidava até os primos distantes, que nunca ligavam durante o ano ou se
lembravam de sua existência.
— É bonito. — eu disse para Pauline
Caroline e sorri, segurando sua mão. — Mas acho melhor voltarmos para casa.
Está ficando tarde e sabe como mamãe fica quando não chegamos antes das sete.
— Ela enlouquece. — Pauline Caroline
riu, provavelmente se lembrando de algum momento específico. — Mas tens razão,
é melhor apressarmos o nosso passo. Estou faminta e quero um pedaço daquele
peru.
Rimos, divertidas, e começamos a
caminhar pela rua com neve pisada. Fazia um frio de estralar os ossos e nos
encolhíamos uma na outra para aumentar o calor corporal. Ainda segurava a
caneca, que já arrefecera, já que era um conjunto especial de minha mãe e
tínhamos apenas saído para ver o Papai Noel (falso).
Estávamos perto de chegar em casa
quando Pauline Caroline viu uma criança pequena, que devia ter uns quatro ou
cinco anos, encarando com desejo uma vitrine cheia de brinquedos em exposição.
Eu a reconheci de imediato: era um dos órfãos da casa de caridade ao lado. Eles
eram bem cuidados, mas eu suspeitava que não tinham recursos necessários para
presentes em festas caras como o Natal.
Ao ver a criança pequena, senti que
Pauline Caroline estremeceu. Aos doze anos, tinha certa dificuldade em admitir
que a vida era injusta para alguns. Ela encarou com cuidado Floco de Neve.
Talvez por ser Natal, talvez por causa da famosa “magia” que toca as pessoas,
talvez por um motivo que nunca saberei, Pauline Caroline pegou o cavalinho de
madeira e se aproximou da criança.
— O Papai Noel mandou eu dar isto
para você. — brincou, sorrindo e estendendo o presente.
A criança arregalou os olhos,
surpresa com aquele gesto de bondade. Com seus pequenos dedinhos gelados, pegou
Floco de Neve, agradeceu e saiu correndo, envergonhada — ou com medo de que
minha irmã mudasse de ideia.
— Foi um gesto muito bonito. — elogiei
Pauline Caroline.
— Obrigada. — ela corou
intensamente, como sempre fazia quando ficava encabulada.
Ri de sua expressão e começamos a
avançar de volta para casa.
Afinal, aquele era dia de Natal e
ainda tínhamos um peru para devorar.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Homenagem ao Professor João Santos
Criador de futuro...
"(...) Pelas suas excelentes qualidades humanas e profissionais, lealdade,
competência, rigor, disponibilidade, liderança, dedicação e zelo com que sempre
desempenhou as suas funções, bem como pela permanente disponibilidade que
sempre manifestou em prol da Escola Secundária de Fonseca Benevides (...)"
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Leitura encenada do livro "O Conto de Natal" de Charles Dickens
Hoje, cada turma é convidada a fazer uma pequena pausa de seis minutos, em contexto de sala de aula, para o visionamento do vídeo: leitura plural /encenada, em voz alta, do livro “O Conto de Natal” de Charles Dickens.
Leitura: alunos da turma do 12º PQ/PE
.
Encenação da professora Isabel Pires.
https://esfb-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/maria_martins_esfb_pt/EaMdFgTuv_9LjVT3A4cpBHIBpMzkal68hwqPZOUEW7nb9Q?e=rF2yj8
O Natal aloja-se devagarinho...
Envolve-te no espírito natalício da nossa fonseca centenária.
Entremos todos juntos, mas entremos...
"(...) De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada"
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada"
David Mourão-Ferreira
Livros e pessoas são pilares essenciais na construção do nosso sonho natalício...
O trabalho colaborativo extraordinário gerou uma árvore singular, criada através dos livros favoritos dos nossos alunos, professores e funcionários.
As mãos mágicas do professor Mário Barreto e da D. Luísa conceberam a árvore mais original do mundo, isto é, a nossa.
Venham vê-la, com os vossos olhos...
Um poema de uma aluna do EaD, Iara Cruz.
(Aluna da professora Isabel Melo)
Preparativos...
Reportagem fotográfica dos professores; Vanda Gonçalves e Mário Barreto
para além dos olhos...
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
SINOPSE
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 8º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.
Um dia o padre Nunes me falou de Luarmina, seus brumosos passados. O pai era um grego, um desses pescadores que arrumou rede em costas de Moçambique, do lado de lá da baía de S. Vicente. Já se antigamentara há muito. A mãe morreu pouco tempo depois. Dizem que de desgosto. Não devido da viuvez, mas por causa da beleza da filha. Ao que parece, Luarmina endoidava os homens graúdos que abutreavam em redor da casa. A senhora maldizia a perfeição de sua filha. Diz-se que, enlouquecida, certa noite intentou de golpear o rosto de Luarmina. Só para a esfeiar e, assim, afastar os candidatos.
Depois da morte da mãe, enviaram Luarmina para o lado de cá, para ela se amoldar na Missão, entregue a reza e crucifixo. Havia que arrumar a moça por fora, engomála por dentro. E foi assim que ela se dedicou a linhas, agulhas e dedais. Até se transferir para sua atual moradia, nos arredores de minha existência.
Fonte: Wook
Esta obra intemporal está disponível na nossa BE!
Sinopse:
A vida de Larry Darrell muda para sempre quando um amigo e colega de combate morre ao tentar salvá-lo. Para o jovem aviador americano, a morte passa então a ter um rosto. O inexorável mistério da morte leva-o a questionar o significado último da frágil condição humana e a embarcar numa obstinada e redentora odisseia espiritual.
Ao recusar viver segundo as convenções impostas pela sociedade para buscar o sentido da vida (que encontrará, certa manhã, algures na Índia), Larry torna-se simultaneamente uma frustração para os que o rodeiam - principalmente para Isabel, a namorada, e Elliott, tio desta, que cultivam acima de tudo a aceitação e o prestígio sociais - e a personificação de um ideal de espiritualidade e não-compromisso.
Por duas vezes adaptado ao cinema, O Fio da Navalha é um romance intemporal. As ansiedades e dúvidas de Larry são também as nossas; continuamos até hoje a buscar um sentido para a nossa existência. Para encarnar essa luta contra o destino, Somerset Maugham criou um dos mais fascinantes personagens do seu vasto legado literário.
Da Primeira à Segunda Guerra Mundial, passando pela Grande Depressão, ele leva-nos, através das sociedades francesa, americana e inglesa, à verdade mais recôndita da alma e do sentimento humanos.
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