Ferreira de Castro
foi o escritor escolhido para
o mês de maio
Ferreira de Castro (1898-1974) foi um escritor português.
Toda sua obra constitui um importante documento social, que os aproxima dos
neorrealistas.
Ferreira de Castro (José Maria Ferreira de Castro)
(1898-1974) nasceu em Ossela, no concelho de Oliveira dos Azeméis, distrito de
Aveiro, Portugal, no dia 24 de maio de 1898. Filho de camponeses, com oito anos
perdeu seu pai. Com 12 anos emigrou para o Brasil, vivendo algum tempo na
cidade de Belém, no Pará, em seguida mudou-se para o interior, onde entrou em contacto
com a selva amazónica.
Trabalhou como seringueiro durante quase quatro anos. Nessa
época escreve contos e crônicas, que enviava para diversos jornais. Com 14
anos, escreve seu primeiro romance “Criminoso por Ambição”, só publicado em
fascículos, em 1916, quando retornou para Belém do Pará. Continuou colaborando
para jornais e revistas.
Em 1919, Ferreira de Castro regressou para Portugal, passou
dificuldades e demorou algum tempo para seu trabalho ser reconhecido. Em 1922
publicou “Carne Faminta” e em 1923 lançou “O Êxito Fácil”, obras que o
notabilizaram.
Entre 1925 e 1927 foi redator do jornal O Século, dirigiu o
jornal O Diabo e colaborou com as revistas O Domingo Ilustrado e Ilustração. Em
1928, “Emigrantes” elevou ainda mais seu prestígio como escritor, uma vez que o
romance foi reconhecido em diversos países. Em 1930 publicou “A Selva”, uma de
suas obras-primas. Em 1934, Ferreira de Castro decide abandonar o jornalismo,
em razão da censura prévia do período de ditadura que se instalou em Portugal.
O aspeto fundamental da ficção de Ferreira de Castro é o
realismo social, que o aproxima dos neorrealistas. Nascidas de sua vasta
experiência nas matas da selva amazônica, as temáticas de seus romances enfocam
a dramaticidade dos personagens carentes de valores humanos.
Toda obra de Ferreira de Castro constitui um importante
documento social, um verdadeiro espelho da realidade da vida contemporânea dos
humildes. A narrativa é apresentada através de uma linguagem direta, revestida
de argumentos reais, que reproduzem com intensa dramaticidade o quotidiano das
vidas injustiçadas.
Além das obras citadas, Ferreira de Castro escreveu:
“Eternidade” (1933), “Terra Fria” (1934), “A Tempestade” (1940), “A Lã e a
Neve” (1947), “A Curva da Estrada” (1950) e “A Missão” (1954).
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