segunda-feira, 6 de maio de 2019

Museu Ferreira de Castro

Um Mês.....Um Escritor...


O "Museu Ferreira de Castro"

Tendo o escritor Ferreira de Castro manifestado o desejo de que os seus restos mortais permanecessem em Sintra - como veio a suceder -, aceitou de bom grado a sugestão do "dois notáveis escritores, sintrense um, outro lisboeta, no sentido de que essa doação se fizesse. Trata-se de Francisco Costa, então diretor da Biblioteca Municipal, e Alexandre Cabral, que tinha na Camiliana de Sintra um apreciável acervo bibliográfico e documental para o desenvolvimento da sua investigação.
O primeiro mentor desta ideia terá sido, contudo, o então presidente da Câmara, António José Pereira Forjaz, que em carta de 10 de Abril de 1973, dirigida ao romancista, manifestava alvoroçadamente o seu júbilo, depois de verificada a conformidade da doação com as disposições legais.
O Museu abriu as sua portas em 6 de Junho de 1982. Encerrado para obras três anos mais tarde, reabriria em 22 de Julho de 1992, após remodelação dos conteúdos expositivos e de elaboração de um novo guia para o visitante.
O Museu Ferreira de Castro apresenta cronologicamente o percurso vivencial do escritor, agrupado em núcleos temáticos: 
·         "Infância" (1898-1911), refere-se à meninice do escritor, na "aldeia nativa" de Salgueiros, freguesia de Ossela, concelho de Oliveira de Azeméis, período de íntimo contacto com a verdejante natureza da região, que tanto iria marcá-lo. 
·         "No Brasil - Da selva amazónica a Belém do Pará" (1911-1919), relata a época em que Ferreira de Castro vive, ainda criança e sozinho, num seringal da Amazónia (até 1914) e a dramática e rocambolesca vivência em Belém. Dos muitos objetos de interesse expostos, destaque-se o manuscrito de Criminoso por Ambição, máscaras dos índios Parintintins (tribo já extinta), terra do seringal onde Castro trabalhou, e exemplares de Criminoso por Ambição e Alma Lusitana, ambos de 1916, os primeiros títulos que publicou. 
·         "O Regresso - Jornalismo e obra renegada" (1919-1927), mostra parte da atividade jornalística e exibe os livros que correspondem à primeira fase de Ferreira de Castro - de Mas... (1921) a O Voo nas Trevas (1927) --, por ele suprimidos das suas obras completas e que hoje são raridades bibliográficas. 
·         "Triunfo - De Emigrantes à direção de O Diabo" (1928-1935); "O Último Vagamundo" (viagens, 1929-1939); "O Mestre - De A Tempestade a Os Fragmentos" (1940-1974) contemplam o tempo em que Ferreira de Castro pontificou como autor proeminente do Portugal de então. É o período de A Selva, Terra Fria, A Lã e a Neve, A Curva da Estrada, A Missão...
O escritor português mais traduzido do seu tempo, na última sala expõem-se traduções das suas obras em diversas línguas.
No conjunto, o visitante tomará contacto com edições raras, manuscritos, objetos pessoais, ilustrações originais para os seus livros e outros espécimes relacionados com a vida e a escrita do romancista. O Museu apresenta também telas e desenhos originais de Arlindo Vicente, Bernardo Marques, Cândido Portinari, Elena Muriel, Jorge Barradas, José Rodrigues, Júlio Pomar, Roberto Nobre e Stuart Carvalhais, entre outros. 

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