A Escola vai ler...
as obras
de
Rita Taborda Duarte
BIOGRAFIA
Rita Taborda Duarte nasceu em 1973. Docente do ensino superior (Escola Superior de Comunicação Social) é, desde 2011, membro da Comissão de Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian. Escreve regularmente em diversas publicações, como o site Rol de Livros (FCG), ou a revista Colóquio-Letras e tem integrado júris de prémios para originais de literatura infanto-juvenil. Em 2003, vence o prémio Branquinho da Fonseca Expresso-Gulbenkian , com o livro A Verdadeira História da Alice. A partir daí, tem escrito com regularidade para crianças e jovens, contando com uma dezena de obras publicadas, muitas delas incluídas no Plano Nacional de Leitura.
SINOPSE
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 4º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
EXCERTOS
«A Alice
Todas, mesmo quase todas, as pessoas pequenas quando crescem se transformam em pessoas grandes. As mãos tornam-se compridas — e são capazes de um adeus que se distingue à distância; os dedos longos, e às vezes tão longos que quando apontam ficam para lá da vista, perto de tocarem o que querem apontar. As pernas são quase pontes sem água, arcos enormes por onde se passa; e entre cada passo que dão, cabem vinte ou trinta mais pequenos, ou então uma corrida de lebre em disparada. Os olhos deixam de ser de ver ao perto, e por isso não conseguem reparar, mesmo que queiram, nos olhos das formigas, que são de um verde-escuro, quase terra; deixam de conseguir ver os homenzinhos de sombra que entram à noitinha pela janela, e nos passeiam pelo quarto fora. E mesmo quando os apontamos com os nossos dedos pequenos de tocar as coisas próximas, dizem, rindo com a certeza dos olhos de ver ao longe, que não se trata de homenzinhos a sério, mas da sombra sem forma dos candeeiros que iluminam a noite lá fora.
Todas, quase todas, as pessoas pequenas quando crescem se transformam em pessoas grandes e só muito poucas se tornam grandes pessoas. Como a Alice. Mas, antes de ser uma grande pes soa grande, Alice já fora uma grande pequena pessoa. Por isso, quando cresceu continuou a ver os olhos verde-escuros quase terra das formigas. A diferença é que agora os via com os seus olhos grandes de grande pessoa que também conseguia distinguir a pupila azul-celeste-quase-céu nos mesmos olhos verde-escuro-quase-terra das formigas. E os seus dedos ficaram tão compridos que tornavam perto as coisas que estavam muito longe. E muitas vezes se via a Alice ir buscar uma gota de céu às nuvens e um fósforo de luz ao Sol. [...]»
Rita Taborda Duarte, A Verdadeira História da Alice
SINOPSE
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 5º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
Uma família numerosíssima vive debaixo da cama do Manel, a zunir-lhe aos ouvidos pela madrugada dentro: é a família dos medos. O pai medo é um Terror, a mãe Apavorante solta uns uivos de fazer estremecer a trovoada e, quando o tio aparece, acreditem que é um Susto. Há também um medito medricas e pequenote, um medinho miúdo que tem um grande segredo: é o Miúfa, um medo que tem medo ao próprio medo. O Manel, bom miúdo, tenta ajudá-lo. Mas será que faz bem? Foi uma carga de complicadices bem complicadas conseguir depois expulsá-lo de dentro de si.
SINOPSE
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autónoma.
Era um miúdo gaiato. E gostava de viajar. Mas os catraios pequenos não se fizeram para andar por aí a passarinhar de terra em terra como se fossem andorinhas ou saltimbancos. Por isso, este rapaz que não se queria ter quieto resolve construir uma alta torre de granito - pedra sobre pedra sobre pedra sobre…-, iluminada por um rebanho de estrelas, na esperança de ser visto por um navio que o venha resgatar. Será que este gaiato miúdo vai, finalmente, conseguir viajar e correr mundo?
SINOPSE
Rita Taborda Duarte continua a procurar o lugar exacto da palavra na construção do mundo. Com uma estrutura muito original, com uma cadência musical que resume cada momento que se acaba de ler para lançar o seguinte, percebemos que há nestes vários livros que procuram entender a engrenagem do quotidiano.
O olhar feminino faz de farol às muitas navegações, sempre em diálogo com os clássicos, mas sem esquecer vários dos seus contemporâneos. Acontece por aqui uma dança, tantas vezes vertiginosa e revolta, para a qual são convidados cada um dos seus leitores.
Dança que começa logo aos primeiros passos com os desenhos de Pedro Proença, ternos comentadores e delirantes provocadores.
Fonte: Bertrand Livreiros
Leitura, sempre, "para além dos olhos...
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