Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade.
José de Almada Negreiros, conferência O Desenho, Madrid 1927
Esta exposição antológica mostra a obra de um artista que catalisa a vanguarda nos anos 1910 e atravessa todo o século XX.
Autor profuso e diversificado, Almada (1893-1970) pôs em prática uma conceção heteróclita do artista moderno, desdobrado por múltiplos ofícios. Toda a arte, nas suas várias formas, seria, para Almada, uma parte do «espetáculo» que o artista teria por missão apresentar perante o público, fazendo de cada obra, gesto ou atitude um meio de dar a ver uma ideia total de modernidade.
A exposição apresenta um conjunto de obras que reflete a condição complexa, experimental, contraditória e híbrida da modernidade. A pintura e o desenho mostram-se em estreita ligação com os trabalhos que fez em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores. Esta escolha dá também visibilidade à presença marcante do cinema e à persistência da narrativa gráfica ao longo da sua obra. Juntam-se ainda obras e estudos inéditos que darão a conhecer diferentes facetas do processo de trabalho artístico de José de Almada Negreiros.
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