para além dos olhos...
sexta-feira, 31 de maio de 2019
Parabéns, Chico Buarque!
Chico Buarque vence Prémio Camões 2019
Anúncio do vencedor do mais importante galardão da língua portuguesa foi feito esta terça-feira, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro. É o 31.º nome na lista e o 13.º brasileiro
Chico Buarque é conhecido como um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB) e tem uma discografia com aproximadamente 80 títulos e 17 álbuns de estúdio, sendo o primeiro "Chico Buarque de Hollanda", de 1966. Para além disso, tem vários livros publicados, datando o seu primeiro romance, "Fazenda Modelo", de 1974. Tem igualmente escrito frequentemente para teatro, sendo um dos textos mais famosos a "Ópera do malandro", baseada na "Ópera dos mendigos", de John Gay, e na "Ópera dos três vinténs", de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
Apesar de ser mais conhecido como músico, o Prémio Camões está longe de ser a primeira distinção no campo literário. Já tinha recebido por três vezes o Jabuti, o mais tradicional prémio brasileiro: em 1992 por "Estorvo", em 2006 por "Budapeste" e em 2010 por "Leite Derramado". "O Irmão Alemão", de 2014, foi o seu mais recente romance a ser publicado.
O júri que decidiu o sucessor do romancista e contista cabo-verdiano Germano Almeida - autor de "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", entre outras obras - era composto por Manuel Frias Martins, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Críticos Literários, Clara Rowland, professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Antonio Cícero, ensaísta e poeta brasileiro, Antonio Hohlfeldt, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Ana Paula Tavares, poeta e professora universitária angolana, e Nataniel Ngomane, professor da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.
JÁ 13 BRASILEIROS E 12 PORTUGUESES RECEBERAM O PRÉMIO
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".
Tem um valor de 100 mil euros e foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Os outros portugueses galardoados foram Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004), António Lobo Antunes (2007), Manuel António Pina (2011), Hélia Correia (2015) e Manuel Alegre (2017).
Para além de Chico Buarque, os outros 12 brasileiros distinguidos são João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan Nassar (2016).
Ao todo, um angolano, dois cabo-verdianos, dois moçambicanos, 12 portugueses e 13 brasileiros receberam o Prémio Camões. Em 2006, o luso-angolano José Luandino Vieira recusou a distinção.
Fonte: Expressso "Vida Extra"
21 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Bula "Manifestis Probatum"
23
de Maio de 1179
O Papa Alexandre III
reconhece a soberania de D. Afonso
Henriques,
A Bula Manifestis probatum é um dos mais importantes documentos
pontifícios da História de Portugal. Foi enviada pelo Papa Alexandre III a D.
Afonso Henriques, a 23 de maio de 1179, confirmando-lhe o título de rei e
atribuindo esse título também aos seus sucessores. Por outro lado, concedia ao
monarca português o domínio dos territórios conquistados e a conquistar aos
Mouros, o que representava um importante estímulo à expansão territorial.
Alexandre III foi um dos papas
mais cultos da Idade Média, professor de direito e de teologia, cujas teorias
do poder papal aplicou depois de eleito Papa. Alexandre III exerceu uma
influência incontestável na Europa do seu tempo.
A suserania papal era um facto em
relação aos Estados da Europa e a autoridade da Santa Sé aumentou
consideravelmente durante o pontificado de Alexandre III. D. Afonso Henriques
tomando-se tributário da Santa Sé e prestando vassalagem ao Papa, obteve o
apoio necessário e indispensável na época para garantir uma independência já
adquirida de facto, mas ainda não confirmada expressamente pela única
autoridade que podia conceder-lha.
De resto, o teor da bula
claramente indica que o privilégio concedido se devia aos inumeráveis serviços
prestados à Santa Igreja pela propagação da fé cristã, que assinalaria D.
Afonso Henriques aos vindouros como um nome digno de memória e um exemplo
merecedor de imitação, e porque a Providência divina escolhera-o para governo e
salvação do povo.
Deste modo, o Papa, atendendo às
qualidades de prudência, justiça e idoneidade de governo, toma D. Afonso
Henriques «sob a proteção de São Pedro e a nossa», concede e confirma por
autoridade apostólica ao seu domínio, o Reino de Portugal com todas as honras
inerentes à realeza, bem como as terras que arrancara das mãos dos sarracenos e
nas quais não podiam reivindicar direitos os vizinhos príncipes cristãos. O
privilégio estende-se a todos os seus descendentes, prometendo o Papa defender
esta concessão com todo o seu poder supremo.
Papa Alexandre III
D. Afonso Henriques
Fontes: O Portal da História
Bula "Manifestis Probatum". In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
O escritor Ricardo António Alves esteve na nossa Biblioteca Escolar
A Leitura no Centro da Escola
Alunos do ensino presencial e do EaD
"visitaram" A Selva
Hoje, dia 23 de maio de 2019, na nossa comunidade de leitores "As Voltas dos Livros", o Drº Ricardo António Alves, Diretor do Museu Ferreira de Castro, ministrou a palestra sobre a vida e a obra do escritor Ferreira de Castro.
Os alunos do 10ºPI e PQ leram coletivamente, em voz alta, um excerto da sua obra mais emblemática, A Selva , incentivando a sua leitura integral.
A Selva de Ferreira de Castro é um dos romances portugueses mais traduzidos no mundo e uma das obras mais referidas da nossa literatura do século XX.
"A Selva é o livro excepcional, que se escreve uma só vez na existência de um romancista: a narrativa matricial, cântico, elegia, tragédia, diário de suplícios e deslumbramentos."
Urbano Tavares Rodrigues
"Eu devia este livro a essa majestade verde, soberba e enigmática, que é a selva amazónica, pelo muito que nela sofri durante os primeiros anos da minha adolescência e pela coragem que me deu para o resto da vida. E devia-o, sobretudo, aos anónimos desbravadores, que viriam a ser os meus companheiros, meus irmãos, gente humilde que me antecedeu ou acompanhou na brenha, gente sem crónica definitiva, que à extracção da borracha entregava a sua fome, a sua liberdade e a sua existência. Devia-lhes este livro, que constitui um pequeno capítulo da obra que há-de registar a tremenda caminhada dos deserdados através dos séculos, em busca de pão e de justiça.
A luta de cearenses e de maranhenses nas florestas da Amazónia é uma epopeia de que não ajuíza quem, no resto do Mundo, se deixa conduzir, veloz e comodamente, num automóvel com rodas de borracha - da borracha que esses homens, humildemente heróicos, tiram à selva misteriosa e implacável."
Ferreira de Castro, Pórtico, in A Selva
Algumas obras de Ferreira de Castro:
Ricardo António Alves (Lisboa, 1964)
Licenciado em História, trabalha no Museu Ferreira de Castro. Publicou 100 Cartas a Ferreira de Castro (1992), Eça e os Vencidos da Vida em Cascais (1998), Anarquismo e Neo-Realismo – Ferreira de Castro nas Encruzilhadas do Século (2002),Viajar com Ferreira de Castro (2004), Fernando Lopes-Graça e a presença (em colaboração, 2013), entre outros. Co-antologiador de Poezz – Jazz na Poesia em Língua Portuguesa (2004). Dirige a revista Castriana – Estudos sobre Ferreira de Castro e a Sua Geração.
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